O combate à contaminação na indústria de alimentos é uma das principais atividades do controle de qualidade. Isso porque essa tarefa não só irá garantir a saúde pública, como também, a integridade da identidade mercadológica da empresa.
Ficou curioso? Então continue a leitura para conferir dicas de como evitar essas transmissões prejudiciais e conhecer mais sobre cada um de seus tipos.
Mas afinal, quais são as principais formas de contaminação na indústria de alimentos?
A contaminação na indústria de alimentos, infelizmente, ainda é um problema muito comum. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a falta de segurança de alimentos pode causar doenças em mais de 600 milhões de pessoas no mundo.
O contágio por vírus, parasitas, toxinas e produtos químicos são responsáveis por, anualmente, em média, 420 mil mortes.
Se destacarmos os números do Ministério da Saúde esse cenário fica ainda mais tangível. Conforme aponta o órgão, já são mais de 250 tipos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA).
E, somente entre o período de 2007 a 2020, foram registrados, em média, 662 surtos de DTHA no Brasil, por ano. Desses casos, 156 mil ficaram doentes, 22 mil hospitalizados e 152 óbitos.
Esse é um problema de saúde pública que afeta, diretamente, a indústria alimentícia. Afinal, é responsabilidade do setor a garantia da segurança, bem como o consumo consciente e livre de intoxicação. Eliminando, assim, qualquer possibilidade de surto.
Os números citados reforçam os impactos negativos da contaminação na indústria e na população. Contudo, cabe destacar os efeitos na identidade e rentabilidade da mesma.
Podemos citar aqui, como exemplo, um caso recente de uma fábrica de SP que produz molhos de tomate, conservas vegetais e outros itens. Segundo o portal G1, a Anvisa suspendeu a fabricação, comercialização e uso de alimentos após uma inspeção sanitária.
Durante a fiscalização foram identificadas falhas graves quanto à higiene, controle de qualidade e segurança das matérias-primas. Assim como, no controle de pragas, rastreabilidade e outras.
A marca admitiu o uso de corante vencido em maionese. No entanto, afirma ser um percentual pequeno.
De todo modo, essas falhas geram efeitos na qualidade e segurança do produto final. Então, para evitar esses problemas, confira a seguir os tipos de contaminação.
1 Contaminação biológica
A contaminação microbiológica refere-se a intoxicação, infecção e toxinfecção por parte de microrganismos em geral. Aqui, a presença deles ou substâncias produzidas por eles (toxinas), se em contato com alimentos, podem acarretar em episódios de DTHA.
Nesse caso, a contaminação na indústria de alimentos é causada por bactérias como as Salmonellas ou vírus. E também por parasitas, como as tênias.
2 Contaminação física
Já a contaminação física ocorre quando há o contato, durante o processo de produção, do alimento com algum objeto ou item que possa contaminar o mesmo. Isto é, cabelo, joias, acessórios, unhas, pedaços de embalagem, resíduos, sujeiras e outros.
Além da contaminação biológica, que pode ser a consequência desses riscos, há também casos de asfixia ao ingerir esses objetos.
3 Contaminação química
E a contaminação química refere-se à interação do alimento a uma substância química que possui algum nível de perigo. A reação dessa composição pode gerar intoxicação ao consumidor.
Os agentes mais comuns são os produtos de limpeza, pesticidas e seus resíduos que podem ser levados pela água.
Mas, também é possível gerar uma contaminação química a partir das reações naturais de alimentos, como as toxinas presentes em alguns peixes, por exemplo.
Além disso, os agrotóxicos utilizados em plantações também são extremamente perigosos aos alimentos.
4 Contaminação cruzada
Por fim, a contaminação cruzada diz respeito ao processo de transmissão de agentes nocivos à saúde humana. Isso ocorre de um alimento contaminado ao outro por meio de utensílios ou falta de cuidado do manipulador.
Aqui até mesmo uma superfície infectada poderá ser a responsável por esse tipo de transmissão tóxica na indústria de alimentos.
No setor, esse é um dos principais problemas que envolve o cuidado no trabalho do controle de qualidade.
Como combater a contaminação na indústria de alimentos?
Diante do que foi apresentado até então, reunimos algumas boas práticas que colaboram para o combate à contaminação na indústria de alimentos.
Confira a lista a seguir!
Realize o mapeamento dos processos
O primeiro passo para combater a contaminação na indústria de alimentos refere-se ao mapeamento dos processos (fluxograma).
Essa é a etapa que corresponde a avaliação das atividades e suas conexões, equipamentos e desempenho profissional. O intuito é identificar possíveis gargalos para evitá-los, garantindo a melhoria contínua e a segurança de alimentos.
Aqui é fundamental considerar a qualidade dos recursos usados, condições de higiene dos equipamentos e pessoal, tempo de máquina parada após a produção, estocagem de matéria-prima e tudo aquilo que pode gerar o mínimo de contaminação.
Com essas informações em mão, a partir do estudo detalhado de todos os processos, é possível eliminar etapas e atividades responsáveis pela transmissão de agentes nocivos à saúde.
Padronize as atividades
Em um segundo momento, deve-se padronizar as atividades para evitar, ainda mais, a possibilidade de erros. E, consequentemente, de contaminação na indústria de alimentos.
Logo, essa é a fase referente à estruturação e organização das atividades para a promoção de previsibilidade, estabilidade, otimização e alta produtividade. Com isso é possível reduzir erros e retrabalhos, além de identificar, com maior facilidade, possíveis pontos de melhorias. Essa é a maneira mais assertiva de garantir um controle de qualidade estratégico e preventivo.
Para isso aposte em automação com a ajuda da tecnologia. As ações repetitivas podem ser automatizadas com a ajuda de softwares e programas de gestão, gerando produtividade e redução de erros.
Também invista em capacitação constante para a garantia do desenvolvimento de habilidades fundamentais a sua equipe. Isso irá promover a eficiência operacional e ainda ajudará a mantê-los engajados e atualizados quanto às tendências do mercado.
Além disso, é importante nesse momento aprimorar o seu PPHO e POP. Como você já sabe, essas metodologias colaboram com a construção de rotinas que evitem a contaminação ou adulteração do produto.
Portanto, elas são fundamentais para a etapa de padronização dos processos e, portanto, com a eficiência dos mesmos. Então, avalie seu funcionamento e melhore os pontos necessários.
Implante o sistema APPCC
O sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) é responsável por promover a segurança de alimentos. Aqui são realizados estudos frequentes quanto aos riscos biológicos, químicos e físicos. Ou seja, aos diferentes tipos de contaminação na indústria de alimentos.
Todo esse processo ocorre durante as etapas da produção, desde a fabricação da matéria-prima até a distribuição e consumo.
Para isso, o sistema segue 7 princípios básicos para reduzir e eliminar os perigos em todas as fases da cadeia produtiva:
- Identificar e avaliar os perigos;
- Determinar os pontos críticos de controle;
- Estabelecer os limites críticos;
- Estabelecer os procedimentos de monitoramento;
- Estabelecer as ações corretivas a serem adotadas;
- Estabelecer os procedimentos de verificação;
- Estabelecer os procedimentos de registro.
O APPCC também pode funcionar como uma ferramenta de gestão. Isso porque a sua certificação de qualidade promove segurança durante a produção e a comercialização dos alimentos.
Para conhecer mais do assunto, clique aqui e acesse nosso conteúdo de blog. Nele reunimos as principais informações sobre o APPCC. Assim você conseguirá aplicar esse sistema com maior facilidade.
Implemente o CIP ou OPC e invista em higienização inteligente
O sistema Clean In Place (CIP) ou Open Plant Cleaning (OPC), são métodos de higienização industrial mais eficiente contra a contaminação de cada segmento na Indústria de alimentos. Aqui os produtos para a limpeza e desinfecção são usados de maneira adequada à cada Sistema.
O principal objetivo é higienizar todas as superfícies internas de contato para promover um alto padrão de preservação e segurança.
Ele é fundamental no combate aos surtos de DTHA, já que é um sistema inteligente que realiza ajustes contínuos nas operações. O CIP automatizado garante os mais elevados níveis de desempenho, reduzindo o erro humano e o comprometimento da segurança dos alimentos.
E agora?
Como vimos durante o texto, a contaminação na indústria de alimentos é extremamente prejudicial à saúde pública e a identidade mercadológica da empresa.
Contudo, é possível se aprofundar ainda mais no assunto para evitar esses problemas. Para compreender, verdadeiramente, o que significa promover a segurança de alimentos basta clicar no botão abaixo e realizar o download gratuito do nosso e-Book sobre o assunto.