A segurança de alimentos é a responsável pela eliminação de contaminação. Essa deve ser uma preocupação de todos dentro da sociedade, incluindo governos. No entanto, a indústria alimentícia possui um papel importante nesse movimento por lidar diretamente com vidas, afinal ela é a produtora desses alimentos.
Pensando nisso, reunimos a seguir a importância dessa segurança, a função da indústria neste cenário e algumas dicas para colocar em prática. Confira!
A importância da segurança de alimentos na indústria
A segurança de alimentos é um conceito referente ao termo em inglês “food safety”. Em tradução, essa é a concepção relacionada ao grupo de medidas de prevenção à contaminação alimentar, seja por agentes físicos, químicos e biológicos.
A ISO 22000 é uma norma internacional que define os atributos necessários da gestão para garantir a segurança de alimentos, envolvendo todos da cadeia alimentar.
Um artigo sobre o gerenciamento desse conceito, afirma que a ISO 22000 define como segurança de alimento a ação que garante a certeza de que eles não irão causar dano ao consumidor, seja durante o consumo ou no preparo do mesmo.
O objetivo dessa gestão é identificar os possíveis contaminantes de toda a cadeia produtiva para, assim, promover maior segurança e controle desses perigos.
Em resumo, esse conceito visa evitar riscos à saúde pública causados pela contaminação, falta de higiene ou cuidado. Logo, a importância está justamente na responsabilidade e no comprometimento em promover e preservar a saúde do consumidor final.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aponta que a falta de segurança pode causar doenças em mais de 600 milhões de pessoas no mundo. A contaminação por bactérias, vírus, parasitas, toxinas ou até mesmo produtos químicos é o responsável por, anualmente, 420 mil mortes.
A insegurança desses produtos gera, também, o sobrecarregamento dos sistemas de saúde, prejudicando o acesso ao amparo e o desenvolvimento do comércio e do turismo, por exemplo.
FAO ainda afirma que os alimentos inseguros podem custar às economias de baixa renda a perda de 95 bilhões de dólares por ano em produtividade. Por isso há a necessidade de garantir a proteção em toda a cadeia alimentar, seja na produção, colheita, processamento, armazenamento, distribuição, preparação ou consumo.
Qual o papel da indústria alimentícia neste cenário?
A indústria alimentícia é o setor que lida diretamente com as vidas da população. O papel desse mercado é justamente garantir que haja, não somente qualidade dos produtos, mas também segurança.
Aqui vale destacar que um alimento é considerado de qualidade quando as características estão de acordo com padrão aceitável. Isto é, quando a aparência, paladar e aroma são agradáveis.
De acordo com o artigo citado anteriormente, é possível ter dois tipos de qualidade: a percebida e a intrínseca. A primeira diz respeito a satisfação do cliente com relação a sua forma atrativa, sensorial e nutritiva. Já a segunda aborda a qualidade do alimento em ser seguro e de acordo com a legislação.
O Ministério da Saúde afirma que há mais de 250 tipos de doenças causadas pela transmissão de contaminação hídrica ou alimentar. Elas são chamadas de DTHA e são consequência do contato com bactérias, toxinas, vírus, parasitas ou substâncias químicas.
Só no período de 2007 a 2020, segundo o órgão, foram registrados 662 surtos de DTHA no Brasil, em média, por ano. Esses casos geraram mais de 156 mil doentes, 22 mil hospitalizados e 152 óbitos.
Apesar do DTHA ser uma questão de saúde pública, também é responsabilidade da indústria alimentícia garantir a segurança para evitar que esses surtos aconteçam. O papel dela é assegurar um consumo consciente e livre de intoxicação.
Além disso, esse também é dever de todo o ecossistema envolvido na cadeia da produção de alimentos. Isto é, o fornecedor e o hipermercado, por exemplo, têm que estar em conformidade com os padrões de higienização e segurança.
Práticas que devem ser adotadas
Para garantir a segurança de alimentos na indústria, separamos algumas dicas que colaboram com a eficiência da gestão de qualidade.
Essas boas práticas, junto com as atividades já estabelecidas na sua gestão, como validação e qualificação de produtos, além do acompanhamento da equipe de higienização e dos PPHO, por exemplo, contribuem para a assertividade do controle.
Acompanhar as normas e os órgãos responsáveis
É fundamental estar em dia com as normas e os órgãos fiscalizadores e que colaboram com a pesquisa. Com as informações oferecidas por eles é possível identificar com facilidade os atributos necessários para a garantia de segurança e qualidade dos alimentos (seja a intrínseca ou a percebida).
Logo, esteja de acordo com as diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
E exerça a conformidade com as principais normas do setor. Além da ISO 22000, há também a RDC 51 e a RDC 52. As duas se referem à Resolução de Diretoria Colegiada, desenvolvida pela Anvisa.
A primeira aborda as especificidades do contato dos materiais na embalagem para evitar o contágio. Já a segunda trata dos níveis de corantes e a taxa de pureza aceitáveis para os materiais em contato com o alimento.
Além delas, é preciso estar em concordância com normas que regulamentam a segurança do trabalho. Elas são fundamentais para preservar a saúde e o bem-estar dos colaboradores e dos produtos.
Padronize os seus processos produtivos
A padronização dos processos é fundamental para evitar erros na indústria e, assim, garantir a assertividade do controle, eliminando qualquer risco de contaminação.
Portanto, para isso, aposte em automação para melhorar o desempenho das atividades. As ações repetitivas podem ser automatizadas com a ajuda de softwares e programas de gestão que permitem maior produtividade e redução de retrabalho.
As tecnologias disruptivas advindas da Indústria 4.0 são capazes de otimizar as atividades, garantindo mais tempo para o controle da qualidade dos alimentos.
Invista em integração com outros setores
A integração com outros setores é fundamental para garantir uma cadeia produtiva inteligente, eficiente e segura. E as tecnologias colaboram com essa possibilidade. Isso porque, as informações geradas por softwares, máquinas e aparelhos podem ser compartilhadas com mais facilidade entre os departamentos.
E essa conexão permite tomadas de decisões mais assertivas pela gestão, evitando riscos na produção, aumentando a produtividade, e eliminando custos.
Aposte em bons fornecedores
Ter fornecedores responsáveis e comprometidos com a segurança é fundamental para o controle de qualidade. Como já foi reforçado, é de responsabilidade de todos envolvidos no ecossistema da cadeia produtiva.
Portanto, escolha parceiros que visam o bem-estar do seu negócio, incluindo os fornecedores que desenvolvem e produzem produtos químicos para higienização e sanitização.
Comece a praticar essas dicas
Lembre-se que o papel da indústria de alimentos é ser rigoroso no controle de qualidade por lidar diretamente com vidas. Sem o devido cuidado para eliminar riscos de contaminação há a possibilidade de aumentar a quantidade de surtos por DTHA.
Essa é uma atividade para além do diferencial competitivo. É mais do que obrigação de qualquer negócio desse setor.
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